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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Boff explica por que deixou de apoiar Marina para defender Dilma

Para o teólogo Leonardo Boff, a política de Marina Silva não traz nada de nova. “Ela reproduz as grandes teses do neoliberalismo”, critica o teólogo em visita ao Ceará, onde também proferiu palesta sobre política em Sobral, na última terça-feira (23).
Em 2010, Boff tinha opiniões diferentes sobre Marina: no primeiro turno, ela contou com seu apoio e com o discurso de Boff no lançamento da sua candidatura para presidente pelo Partido Verde. Mesmo sabendo, segundo ele, que ela não ganharia, o apoio se deu por ela ser, então, a única que defendia a causa ambiental.
Mas em 2014, Boff apoia Dilma Rousseff (PT) e critica Marina. A diferença que surgiu em quatro anos foi que, segundo o religioso, Marina “radicalizou a visão de futuro dela” e se associou a interesses econômicos para compensar, segundo o teólogo da Libertação, sua ausência de “base popular”. Entre os interesses econômicos, ela cita o banco Itaú e a empresa de cosméticos Natura.
O teólogo, porém, afirma que as divergências não surgiram agora. Elas já vêm desde a eleição passada, conforme afirma. Boff é crítico da leitura que sua igreja, a Assembleia de Deus, faz da Bíblia. Segundo ele, Marina é adepta de uma leitura fundamentalista da fé cristã. E isso influenciou, em 2010, nas suas opiniões sobre aborto e casamento gay.
Firmeza nas posições
Na opinião do teólogo, as posições religiosas de Marina apontam também falta de firmeza. Ele cita a questão do casamento gay como exemplo. “Eu não a vejo como tendo energia pessoal, energia política, para conduzir, durante uma crise, o Brasil para um desfecho feliz”.

Propostas da candidata também são criticadas. A independência do Banco Central é uma delas, a qual ele classifica com inconstitucional. “Só existem três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário”, declara. O BC, na opinião de Boff, pode ter relativa autonomia, mas não independência. Em síntese, as propostas de Marina alinhariam o Brasil a um projeto de globalização como sócio menor.

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